quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Impressões sobre a oficina...

    A ideia da oficina surgiu a partir do nosso primeiro contato com os alunos da turma 3ºM3 do Colégio Estadual Santos Dumont, no dia 16 de setembro. Queríamos falar de algo que chegasse até os alunos e pudesse de alguma forma contribuir para a vida deles, para a compreensão da sua identidade e autonomia como falantes de língua portuguesa. A oficina "Qual é a sua língua?" propôs-se, através da apresentação das noções dos diversos tipos de variação linguística, mostrar que a língua que falamos não é única e distante, mas também é nossa.
     A recepção na escola foi bastante satisfatória e a aceitação da proposta por parte dos alunos, sem dúvida, superou as nossas expectativas. Apesar de o nosso plano inicial ter falido, já que tínhamos preparado slides que não abriram na hora da aula, tivemos êxito no decorrer da oficina, em parte por que havíamos preparado uma apostila para que eles pudessem acompanhar os conteúdos.
    Os alunos participaram ativamente de todo o trabalho, dando contribuições pertinentes ao que estava sendo tratado. Realizaram também as atividades avaliativas que propusemos, comprovando assim, que a oficina, como desejávamos quando a idealizamos, contribuiu de forma positiva na sua formação, ainda que tendo sido realizada durante apenas uma hora/aula.
      Indubitavelmente, a experiência foi ótima. Claro que é preciso levar em conta que estávamos ali apenas por um dia, e isso, obviamente, colaborou para o interesse manifestado pelos estudantes. Porém, ainda assim, faz-se importante registrar que valeu muito a pena o esforço para conseguir um espaço no colégio e proporcionar aos alunos e a nós mesmas uma oportunidade de crescimento inestimável como essa.

Por Cinthia Vieira

terça-feira, 30 de novembro de 2010

FOTOS DA OFICINA





PLANO DA OFICINA - Versão final


UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
DIDÁTICA E PRÁXIS PEDAGÓGICA II
ALUNAS: AMANDA SANTIAGO, CHAYNARA SOUZA E CINTHIA VIEIRA
PROFESSORA: ALESSANDRA ASSIS



OFICINA

TÍTULO
v  Qual é a sua língua? - Reflexões sobre a diversidade da língua portuguesa

PÚBLICO
v  Alunos do 3° ano do ensino médio do Colégio Estadual Alberto Santos Dumont

HORA/LOCAL
v  19/ 11/ 2010, 9h05min – 10h

OBJETIVO GERAL
v  Perceber como o conhecimento das variedades da sua própria língua contribui para a inserção social do indivíduo.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
v  Compreender as noções de norma padrão, norma culta e linguagem popular;
v  Desmistificar a noção de erro na língua, a partir do entendimento de adequação lingüística;
v  Compreender que a língua portuguesa não é única;
v  Conhecer o conceito e os tipos de variação lingüística;
v  Distinguir o que é adequado ou inadequado em determinadas situações de uso da língua (por exemplo, uso da linguagem formal x uso da linguagem informal).

JUSTIFICATIVA
v  Devido à observação de uma apresentação ocorrida na primeira visita, percebeu-se a necessidade de apresentar noções de variação e mudança lingüística aos alunos da turma de 3° ano acompanhada (3º M3). Dada a importância de tais noções no processo de comunicação, a oficina se propõe a contribuir para a autoafirmação dos alunos, a partir da compreensão de que a língua não é única.

CONTEÚDOS
v  Norma padrão, norma culta e linguagem popular;
v  Erro e adequação lingüística;
v  Variação e mudança lingüística;
v  Linguagem formal x linguagem informal;


METODOLOGIA
v  Exposição do conteúdo proposto através de slides, aliado à exibição de vídeos, a fim de possibilitar espaços de discussão e diálogo.

SEQUÊNCIA DIDÁTICA
v  Apresentação
v  Exibição de vídeo (Debate com o presidente Lula em 2006)
v  Discussão sobre o vídeo
v  Exposição do conteúdo (Slides e vídeos com variedades do português)
v  Propostas de atividade:
            - Simulação de situações diferentes de uso da língua (linguagem formal x linguagem informal)
            - Elaboração de um parágrafo em resposta à questão: Qual é a sua língua?

RECURSOS
v  TV-pendrive
v  Resumo impresso (fotocópia)
v  Folha de avaliação

AVALIAÇÃO
v  Redação de um parágrafo refletindo sobre o conteúdo abordado na oficina.
v  Divisão da turma em dois grupos para a simulação de situações de uso formal e informal da língua

REFERÊNCIAS
v  CAVALCANTE, Maria Auxiliadora da Silva. Contribuições da Sociolinguística educacional para o processo ensino e aprendizagem da linguagem. Disponível em: www.cedu.ufal.br
v  FARACO, Carlos Alberto. A percepção da mudança. In: Lingüística Histórica. São Paulo: Parábola, 2005. P. 14 – 43
v  www.youtube.com.br

APOSTILA UTILIZADA NA OFICINA - 19/11/2010


segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Ensinar espanhol no Brasil...


   No dia 5 de agosto de 2005, foi sancionada pelo presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva a lei 11.161, que declara obrigatória a oferta da língua espanhola como língua estrangeira nas escolas brasileiras.
   Esse fato poderia ser comemorado... Porém, hoje, 5 anos depois da sua assinatura (e finalizado o prazo de instituição previsto na mesma), a lei ainda não é cumprida em todo o país, podendo ser observada, ainda, a hegemonia do ensino de inglês nas escolas.
   Nós, professores de espanhol encontramos grande dificuldade de legitimação do trabalho devido ao desprestígio sofrido pela língua em nosso país, que, apesar de estar rodeado de nações que falam castellano, só agora parece despertar para a importância dessa língua para nós.
   Embora os motivos da instituição da lei 11.161/05 sejam, no mínimo, pouco claros (principalmente razões comerciais), talvez possamos pensar em um novo momento para a língua espanhola no Brasil...
   Lembrando sempre da importância da formação de professores compromissados não com a repetição de estruturas gramaticais, mas sim, e sobretudo, com o estudo da língua como uma maneira de estar em contato com diversas e ricas culturas, fazendo desse contato um meio de autoconhecimento a partir do encontro com o outro.


Por Cínthia Vieira
   

QUE LÍNGUA VOCÊ FALA? - Esboço da oficina


TÍTULO
v  “Que língua você fala?”

PÚBLICO
v  Alunos de uma turma de 3° ano do ensino médio

HORA/LOCAL
v  18/ 11/ 2010, 9h15min / Colégio Estadual Alberto Santos Dumont

PROFESSORES MEDIADORES
v  Lucília, professora de língua portuguesa.

OBJETIVO GERAL
v Perceber como a relação com a língua é importante no processo de afirmação da identidade.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

v Compreender que a língua portuguesa não é única.
v Desenvolver habilidades comunicativas adequadas a cada situação de uso da língua.
v Refletir sobre a importância da língua na afirmação da identidade.

JUSTIFICATIVA
v Devido à observação de uma apresentação ocorrida na primeira visita, percebeu-se a necessidade de apresentar noções de variação e mudança lingüística aos alunos da turma de 3° ano acompanhada. Dada a importância de tais noções no processo de comunicação, a oficina se propõe a contribuir para a autoafirmação dos alunos, a partir da compreensão de que a língua não é única.

CONTEÚDOS
v Breve contextualização sobre a história da língua portuguesa;
v Conceitos de variação e mudança lingüística;
v Reflexão sobre as noções de erro e de adequação lingüística;


METODOLOGIA
v Exposição do conteúdo proposto através de slides, aliado à exibição de vídeo e utilização de fotos de placas com escrita popular a fim de possibilitar espaços de discussão e diálogo.

SEQUÊNCIA DIDÁTICA
v  Apresentação
v  Exibição de vídeo (fala popular X fala culta)
v  Atividade dirigida: impressões sobre o vídeo
v  Exposição do conteúdo (com uso de imagens de placas)
v  Simulação de situações de uso da língua: situação formal (fala culta) X situação informal (fala cotidiana).

RECURSOS
v  TV-pendrive
v  Resumo impresso (fotocópia)

AVALIAÇÃO
v Simulação de situações comunicativas de formalidade e informalidade para que os alunos pratiquem a adequação lingüística.

REFERÊNCIAS
v  FARACO, Carlos. Lingüística Histórica.
v  BAGNO, Marcos. Preconceito lingüístico.
(+ vídeos e imagens)

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Planejamento: 5 aspectos importantes


Com base no texto Planejar: o caminho para a boa aula, de Adriana Vera e Silva (Revista Nova Escola, outubro 1999), pode-se destacar cinco aspectos importantes a respeito do ato de planejar, compreendido como imprescindível na prática de ensinar.
  1. O planejamento é um processo contínuo. Ele deve ser alterado (sempre), de acordo com as necessidades das diversas turmas. Efetivamente, o planejamento só funciona quando a realidade da sala de aula é considerada.
  2. "Estudar muito para ensinar bem". Só se pode ensinar aquilo que se sabe, por isso é preciso buscar ampliar os conhecimentos sobre o que se quer ensinar e, mais que isso, é preciso saber (aprender) como ensinar.
  3. É muito importante no processo de planejamento trabalhar em conjunto com os colegas professores, os coordenadores pedagógicos e os próprios alunos, interessados diretamente nos resultados. É fundamental "trocar ideias" na construção de um plano eficiente.
  4. É importante também preocupar-se em fazer ligações entre as atividades apresentadas aos alunos. É complicado e pouco produtivo propor trabalhos que não tenham absolutamente nada a ver com o que os alunos terminaram de fazer.
  5. Planejar é também uma oportunidade de pensar em novas formas de motivar os alunos, apresentando novas maneiras de lidar com os conteúdos, através de metodologias diversificadas.

Enfim, é fato que o planejamento é parte fundamental do processo de ensino. E vale o que a autora destaca no começo do texto:

"Só ensina bem quem sabe aonde quer levar os alunos e se prepara para chegar lá."

Por Cinthia Vieira

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

1ª VISITA - 16/09/2010

   No dia 16/09/2010, realizamos nossa primeira visita ao Colégio Estadual Santos Dumont, em Pirajá. A escolha da escola não tinha sido exatamente planejada, mas foi bastante proveitosa para um primeiro contato. 
   A primeira impressão visual do ambiente não foi das melhores. A fachada, apesar de, segundo professores, ter sido pintada no início do ano, mostrava-se bastante degradada por pichações e sujeira, conflitando com a tentativa de decoração com mosaicos. O letreiro também faltava algumas letras e o ambiente, à primeira vista, não era o que se pode chamar de acolhedor.
   Contudo, fomos bem recebidas pela vice-diretora (a diretora não estava presente no dia) e fizemos uma visita bem completa. A escola não tem muita iluminação natural, mas tem algumas áreas de convivência a céu aberto, com bancos e algumas árvores. 
   Chegamos na hora do intervalo, horário em que os alunos estavam lanchando (muitos com merenda fornecida pela escola). A escola tem um refeitório, que na verdade não condiz com o número de alunos que estudam ali, mas acaba servindo como um local para a socialização.
   Pensando ainda na estrutura física, a escola tem 3 quadras, biblioteca com área para estudos e um acervo bem diversificado, laboratório de ciências (que estava fechado) e um pequeno auditório com equipamento para projeção e ar-condicionado funcionando. Quase todas as salas dispõem de TV-pendrive, recurso do governo do estado, porém a acústica das salas não colabora para um bom desenvolvimento da aula, o ruído externo interfere bastante.
   Quando chegamos na sala dos professores, conhecemos alguns docentes da instituição e acabamos sendo convidadas para assistir a uma aula. Na verdade, o treinamento para a apresentação de um projeto intitulado: A FORMAÇÃO DO POVO BRASILEIRO, projeto com proposta interdisciplinar. Na sala em que ficamos durante o período de uma aula, de uma turma de 3º ano do ensino médio, a relação entre os alunos e as professoras coordenadoras do projeto parecia ser de bastante parceria e eles se mostraram bem interessados e empenhados.
   Acredito que fomos bem recebidas nessa primeira visita. O único problema foi em relação ao acesso ao PPP da escola, que, segundo a vice-diretora estava no computador e elas estavam sem impressora... Enfim, ficou que teríamos que marcar um dia para conversar com a coordenadora pedagógica para ver essa parte.
   Ficou para a próxima...


Por Cinthia Vieira




quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Apontamentos sobre: Os professores diante do saber - Maurice Tardiff

   No capítulo inicial de Os professores diante do saber: esboço de uma problemática do saber docente, Maurice Tardiff explicita a posição estratégica do docente na produção dos saberes sociais, ainda que, paradoxalmente, a condição do professor atualmente seja de extrema desvalorização.
   Tardiff classifica os saberes em:
-Saberes profissionais: produzidos pelos teóricos e transmitidos nos cursos de licenciatura;
-Saberes disciplinares: saberes que correspondem aos diversos campos do saber (biologia, matemática etc);
- Saberes curriculares: conteúdos apresentados na escola;
-Saberes experienciais: produzidos no decorrer da experiência de docência.
   Deste modo, o autor mostra que os saberes necessários para a prática docente são, na verdade, diversos e estão sempre em construção. O saber docente é plural e heterogêneo.
   É preciso então que nós como (futuros) professores, reflitamos sobre a importância de sabermos articular as diversas formas de conhecimento e saberes existentes na hora de exercermos a nossa prática de ensino.   
   Na nossa realidade atual, infelizmente, é comum que aqueles que teorizam sobre educação não sejam os mesmos que vivem a realidade - bem diferente - da prática nas escolas.
   O ideal seria que quem cotidianamente experimenta a realidade do ensino e da problemática de estar na sala de aula participasse da construção dos saberes para a melhoria da prática docente, tendo em vista que a experiência, seja ela boa ou ruim, é extremamente educativa e pode contribuir muito para a elaboração de teorias mais próximas de todos e de cada professor. Assim, talvez fosse possível minimizar, ao menos em parte, a enorme barreira instituída entre "produtores" e "executores" de saberes.

Por: Cinthia Vieira